NOTA: atendendo à incerteza associada à (ainda persistente) pandemia COVID-19 e, mais recentemente, à guerra na Ucrânia, a informação disponibilizada assume alguns riscos na previsão das tendências evolutivas da economia e do mercado de trabalho.
Neste contexto de volatilidade, permanente adaptação e resiliência, tanto por parte das empresas e organizações como por parte dos trabalhadores e da população em geral, a única certeza existente é a de que economia e mercado de trabalho – ao nível nacional e nas diversas regiões - foram impactados negativamente ao longo dos 2 últimos anos, , não obstante os sinais positivos de adaptação do tecido empresarial português no sentido de dar resposta às novas condições e necessidades.
O total da população residente em Portugal era de 10.267,2 milhares de pessoas no 1º trimestre de 2022 (de acordo com o Inquérito ao Emprego do INE), dos quais 47,1% homens e 52,9% mulheres.
Apesar do atual contexto, a população ativa aumentou para 5.209,3 milhares ( mais 3,3% face a igual período em 2021) e a população empregada para os 4.900,9 milhares (mais 219,3 milhares de postos de trabalho - 4,7% - face a 2021).
O mercado de trabalho em Portugal parece estar a resistir ao impacto da guerra na Ucrânia e da escalada da inflação, registando uma evolução em linha com o crescimento da economia no 1º trimestre de 2022. Contudo, segundo os dados do INE, a taxa de subutilização do trabalho foi ainda de 11,5% (no grupo etário dos 16 aos 74 anos), sendo que quase metade destes correspondem a subemprego de trabalhadores a tempo parcial e inativos disponíveis para trabalhar, mas que não procuram emprego.
No que respeita à taxa de desemprego, esta foi de 5,9%, o nível mais baixo dos últimos 10 anos e que refletea tendência de redução que se mantém desde 2014. Contudo, as mulheres continuavam a ser mais afetadas pelo desemprego (6,5%),o desemprego juvenil (jovens com menos de 25 anos) subiu para os 20,6% e o desemprego de longa duração representava 46,2% do total. O desemprego durante a pandemia foi, de facto, superior entre os jovens e os menos qualificados - e, ao contrário do desemprego total, ainda não reverteu esta tendência.
De acordo com o Inquérito Europeu às Forças de Trabalho (dados do 4º trimestre de 2021), Portugal apresentava uma taxa de atividade (75,9%) superior à da média da UE27 (de 74,2%), sendo a participação das mulheres no mercado de trabalho mais elevada (73,5%) do que a média da UE27 (de 69,2%), . Na comparação dos maiores de 65 anos o mesmo acontece, já que a taxa de atividade se situa nos 8,8% em Portugal, ao passo que a média europeia é de apenas 6%.
Quanto a novas formas de organização do trabalho, a prática do trabalho a tempo parcial continua a ser bastante reduzida no país (representando apenas 7,1% do emprego total contra 17,8% na UE27 no 4º trimestre 2021) - sendo particularmente notória a sua sub-utilização pelas mulheres (9,2%), quando confrontada com a média de 28,9% do emprego feminino registada ao nível da UE 27.
Durante a pandemia, registou-se um aumento significativo das práticas de teletrabalho, que no 2º trimestre de 2020 abrangeram 23,1% da população empregada. Entretanto, com a normalização, foi-se veirificando uma progressiva diminuição da sua incidência ao longo do tempo, sendo que, no 1º trimestre de 2022, o seu peso é de apenas 10,8% – com um particular enfoque no setor dos serviços, na Área Metropolitana de Lisboa e nas profissões mais qualificadas..
No final de maio de 2022, o número de desempregados inscritos nos serviços de emprego em Portugal era de 296.394 desempregados (uma diminuição de quase 60 mil desde o início do ano). Destes, 43,6% eram homens e 56,4% mulheres e 49,1% encontravam-se inscritos há mais de 1 ano.
Cerca de 10,2% dos desempregados inscritos no Continente eram estrangeiros. 3.060 eram cidadãos da União Europeia (com destaque para os cidadãos de Roménia, Itália, Espanha e Bulgária) e 4.550 eram provenientes de outros países da Europa de Leste (com destaque para a Ucrânia – 4.191). Estavam também registados mais de 17.500 desempregados provenientes dos países de língua portuguesa, em especial do Brasil (12.004), de Cabo Verde (1.456), de Angola (1.997) e da Guiné Bissau (1.157).
Em termos de perfil do emprego no país (Inquérito ao Emprego INE, 1º trimestre de 2022): as atividades da Agricultura, Produção Animal, Caça, Floresta e Pesca representam apenas 2,5% da população empregada; a Indústria, Construção, Energia e Água 24,4%; e os Serviços 73%.
Portugal continua a evoluir no sentido da terciarização e digitalização da atividade, com particular destaque para as áreas do Comércio e Reparação de Veículos ( cerca de 20% do emprego nos Serviços), Saúde e Serviços de Apoio Social (15%) e Educação (13%).
A área da Hotelaria e Restauração (6,5%) que representava mais de ¼ do emprego nos Serviços em 2019 - foi das mais afetadas nos últimos 2 anos, mas parece estar a recuperar - registando, neste trimestre, um crescimento de 20,5% face ao 1º trimestre de 2021, representando mais 45.000 postos de trabalho. Também as Atividades de Informação e Comunicação registam um aumento de 21,7% face a 2021, com a criação líquida de mais 33.600 postos de trabalho - o mesmo acontecendo com as Atividades administrativas e serviços de apoio, que registaram um crescimento de 30% (mais 38.400 posto de trabalho).
Por oposição, os segmentos das Atividades financeiras e de seguros e das Atividades de consultoria, científicas e técnicas registaram uma diminuiçãode de 10,2% e 4,7%, respetivamente, face a igual período de 20219.
O setor da Indústria, Construção, Energia e Água, que registava uma tendência de recuperação desde o início de 2014, apresentou perdas significativas em 2020 e 2021, tanto na Indústria Transformadora como na Construção, mas mostra agora alguns sinais de recuperação - tendo registado um crescimento líquido do emprego de 16.800 postos de trabalho na Indústria Transformadora e de 6.300 na Construção, no espaço de um ano.
As Indústrias Transformadoras (que representam 16,8% do total do emprego), não sendo dos setores mais dinâmicos na economia portuguesa, têm apesar de tudo vindo a modernizar-se e a apostar na inovação – dando sinais de capacidade de regeneração face às novas necessidades decorrentes do contexto de pandemia. Merece relevo, no atual contexto, o “cluster” da saúde, com as indústrias farmacêutica, dos moldes, dos plásticos, de equipamentos elétricos e eletrónicos, o próprio têxtil e o emergente setor das biotecnologias a darem sinais de vitalidade..
Também indústrias tradicionais, como o calçado e o vestuário, têm vindo a apostar na sua modernização, inovação e internacionalização, nos últimos anos, criando postos de trabalho mais qualificados associados a estes processos. 2021 registou um valor recorde em termos de exportações de têxteis e vestuário, um valor 4% superior ao registado em 2019 - e, na indústria do calçado, houve um forte crescimento da produção e das encomendas no 1º trimestre de 2022, o que se refletiu positivamente na evolução do emprego nesta indústria.
As projeções para o período de 2022 a 2024 refletem a continuação da recuperação da economia portuguesa após o choque pandémico, embora num enquadramento externo agravado pela guerra na Ucrânia.
Links:
Título / nome | URL |
Instituto do Emprego e Formação Profissional: indicadores sobre o mercado de emprego | |
Instituto Nacional de Estatística | |
AICEP Investir em Portugal | http://www.portugalglobal.pt/PT/InvestirPortugal/Paginas/investiremPortugal.aspx |
AICEP Investir em Portugal (em inglês) | http://www.portugalglobal.pt/EN/InvestInPortugal/Pages/index.aspx |
EUROSTAT EU Labour Force Survey |
O nível de desemprego diminuiu em praticamente todos os grupos profissionais. As empresas portuguesas enfrentam particulares dificuldades de recrutamento de trabalhadores nas seguintes áreas:
- tecnologias de informação e comunicação (sobretudo engenheiros de informática com perfis de especialização muito específicos);
- centros de contacto / centros de serviços a empresas e centros de serviços partilhados (englobando funções nas áreas das vendas, administrativa, de recursos humanos, de contabilidade e de controlo de gestão), alguns profissionais com conhecimentos linguísticos muito específicos, difíceis de encontrar em Portugal;
- saúde (médicos e enfermeiros de especialidades diversas);
- hotelaria, turismo, restaurantes, bares e cafés;
- agricultura (com caráter sazonal), sobretudo para a apanha de fruta e produtos hortícolas;
- construção (canalizadores, eletricistas e outros operários qualificados).
Nas ofertas apresentadas pelos centros de contacto e centros de serviços partilhados, não é necessário o conhecimento da língua portuguesa, já que as línguas de trabalho são o inglês e os idiomas nativos. Também no segmento das tecnologias de informação, existem oportunidades para não falantes do português. Nas restantes posições, são indispensáveis competências linguísticas ao nível do português, sobretudo nas profissões que requerem contacto com o público.
Existem profissionais disponíveis com potencial de mobilidade para a Europa nas seguintes áreas:
- graduados nas áreas da economia, gestão e outras ciências empresariais (incluindo contabilidade);
- marketing, publicidade e vendas;
- professores do ensino secundário (em diversas áreas disciplinares);
- graduados em ciências sociais e humanas (psicólogos, técnicos de serviço social, educadores sociais, etc.);
- em algumas áreas da engenharia e afins (engenheiros civis, mecânicos, eletrotécnicos, arquitectos, etc.);
- no turismo, rececionistas de hotel, agentes de viagens / de reservas, comissários de bordo (aviação) e outros assistentes de viagem.
Estes trabalhadores possuem competências linguísticas, pelo menos, de inglês e/ou francês. Existe facilidade de comunicação em espanhol, adquirida informalmente.
Existem igualmente muitos trabalhadores disponíveis para a mobilidade noutras profissões menos qualificadas, nas áreas:
- do comércio (vendedores de loja, operadores de caixa e de venda de bilhetes);
- dos serviços de limpeza;
- administrativa;
- da logística (empregados de aprovisionamento e armazém);
- dos serviços pessoais (cuidadores de crianças ou ajudantes familiares, sem formação específica).
Nestes casos, as competências linguísticas podem existir, mas são em geral mais elementares.
O total da população (com 16 e mais anos) na região Norte era de 3.084,3 milhares de pessoas (segundo o Inquérito ao Emprego do INE para o 1º trimestre de 2022). Esta é a região mais povoada do país, concentrando 35% da população total.
A população empregada situava-se nos 1.727,7 milhares, o que corresponde a um crescimento de 58,5 mil postos de trabalho num ano.
A taxa de desemprego, depois de ter registado alguma instabilidade entre 2019 e 2021, situa-se agora nos 5,4%, valor abaixo da média nacional e o mais baixo dos últimos 20 anos.
No final de maio de 2022, estavam inscritos nos serviços de emprego da região 113.969 desempregados (38,5% do total nacional), dos quais 52,5% estavam inscritos há mais de 1 ano (desempregados de longa duração) e 35,7% tinham mais de 55 anos.
Na região Norte a agricultura tem vindo a perder algum do seu relevo (quer do ponto de vista económico quer do emprego), representando, no 1º trimestre de 2022, apenas 2,4% da população empregada na região. Este valor era de 5,6% há 2 anos atrás sendo de destacar ainda que, só no último trimestre, o setor perdeu cerca de 60 mil postos de trabalho.
A região é sobretudo caracterizada por um elevado grau de especialização industrial (sendo a região portuguesa mais industrializada, com o emprego na Indústria Transformadora a representar 31,3%% da população empregada na região), em particular em segmentos mais tradicionais.
A estrutura do emprego da região Norte apresenta, contudo, alguma diferenciação, identificando-se 3 sub-regiões com características específicas:
- a Área Metropolitana do Porto, com forte incidência dos serviços (sobretudo, comércio) e alguns pólos industriais, com maior intensidade tecnológica e de conhecimento;
- uma orla circundante (Cávado, Ave, Tâmega e Entre Douro e Vouga), mais industrializada e aberta ao exterior, onde o emprego industrial assume valores superiores à média nacional; as zonas predominantemente rurais (Minho-Lima, Trás-os-Montes e Alto Douro), onde o emprego se concentra mais na agricultura ou em serviços não comerciais.
A Agricultura é sobretudo de base familiar. A vinha é uma cultura muito relevante na região (Douro, Minho-Lima e Cávado), que produz um dos vinhos licorosos mais famosos no mundo: o vinho do Porto, e vinhos de mesa de qualidade reconhecida mundialmente. O emprego neste setor, que registou alguma desaceleração nos trimestres anteriores, apresenta no 1º trimestre de 2022 uma tendência para a estabilização, com mais 2.000 postos de trabalho face ao 1º trimestre de 2021.
A base industrial da região, com forte incidência na exportação, é especializada nas seguintes áreas:
- a fileira têxtil e, em particular, a indústria de confeção de vestuário, que conseguiu readaptar-se aos novos modelos de negócio, investir em novas tecnologias e diferenciar-se através da qualidade dos seus produtos juntos dos mercados internacionais – sendo um dos setores líder das exportações do país; em período de pandemia COVID-19, este segmento ajustou-se para produzir máscaras e outros equipamentos de proteção individual; atualmente pode colocar-se um problema ao nível da cadeia de abastecimento, o que pode vir a prejudicar as encomendas feitas às empresas portuguesas, sobretudo no segmento dos produtos de luxo;
- a indústria de calçado, onde o nível de produção tem aumentado com reflexos positivos no emprego, as preocupações estão centradas no abastecimento de fatores de produção, em especial no preço, na disponibilidade de matérias-primas e na escassez de mão-de-obra para responder à forte procura;;
- a fileira florestal, nomeadamente: aglomerados de cortiça de alta qualidade, produtos de madeira e uma forte representação da indústria do mobiliário (com alguns desafios em termos de crescimento e sustentabilidade);
- o fabrico de peças, materiais e acessórios para o setor automóvel;
- a indústria agro-alimentar, em particular laticínios e vinhos.
O setor da Indústria, Construção, Energia e Água, que representa 31,3% do total do emprego na região - e, em particular, os segmentos das Indústrias Transformadoras (com destaque para a produção de peças automóveis) e da Construção – mantiveram uma tendência de redução , com a perda de mais de 19 mil empregos no espaço de um ano, acentuando desta forma a dinâmica de terciarização da economia nesta região.
66,4% do emprego da região Norte está agora no setor dos Serviços, com destaque para o Comércio e Reparação de Veículos (23,7%), Atividades de saúde humana e apoio social (15,9%) e a Educação (14,7%), sendo este último o que registou um maior crescimento (mais 26.300 postos de trabalho no último ano).
O Alojamento e Restauração (5,7%) que foi, nos Serviços, o segmento mais afetado pelo impacto negativo da pandemia - apresentou no 1º trimestre de 2022 o segundo maior crescimento do emprego com mais de 10 mil postos de trabalho criados só no último ano.
Links:
Título / nome | URL |
Instituto do Emprego e Formação Profissional: indicadores sobre o mercado de emprego | |
Instituto Nacional de Estatística | |
Boletim Trimestral «Norte Conjuntura» | |
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte |
No geral, verifica-se uma diminuição do número de postos de trabalho disponíveis. Ainda assim, existem algumas necessidades de recrutamento nas seguintes profissões:
- na Indústria: soldadores, operadores de CNC e profissionais pouco qualificados para a indústria, metalomecânica/montagem de componentes; nos segmentos mais tradicionais, costureiras (no setor têxtil) e trabalhadores especializados da indústria do calçado;
- nos Serviços, operadores de centros de contacto e centros de serviços de apoio a empresas(sobretudo fluentes em francês ou espanhol, mas outras línguas poderão ser solicitadas); ajudantes familiares e cabeleireiros;
- na Agricultura: profissionais pouco qualificados para agroindústrias e alguns trabalhos agrícolas e florestais sazonais, especificamente no nordeste do país.
Nas ofertas dos setores dos centros de contacto / centros de serviços empresariais, pode não ser necessário o conhecimento da língua portuguesa, já que as línguas de trabalho são, por regra, o inglês e os idiomas nativos. Também no segmento das tecnologias de informação podem existir oportunidades para não falantes do português, desde que com bom domínio do inglês. Nas restantes posições, o conhecimento do português é indispensável.
Existem profissionais disponíveis nas seguintes áreas:
- professores do ensino básico e secundário (em diversas áreas disciplinares);
- educadores de infância e vigilantes de crianças;
- recém-graduados em geral, sobretudo graduados em ciências sociais, humanas e empresariais; arquitetos e técnicos de planeamento urbanístico;
- empregados de limpeza;
- motoristas de ligeiros;
- empregados dos serviços administrativos;
- profissionais indiferenciados (sobretudo serventes de construção civil, ajudantes em vários setores e auxiliares de serviços gerais).
Os trabalhadores graduados, em geral, possuem competências linguísticas, pelo menos, de inglês e/ou francês e/ou espanhol. Em algumas das restantes profissões, as competências linguísticas, quando existem, podem ser muito elementares.
O total da população na região Centro era de 1.946,2 milhares de pessoas (segundo o Inquérito ao Emprego do INE para o 1º trimestre de 2022).
Esta região regista a 2ª taxa de desemprego mais baixa do país (5,4%), juntamente com o Norte, apesar de ter sido também uma das regiões mais afetadas pela pandemia (e pelos incêndios de anos anteriores). O nível de emprego tem registado uma recuperação com um crescimento face a 2021 de quase 70 mil postos de trabalho.
No final de maiode 2022 estavam inscritos nos serviços de emprego da região 38.619* desempregados, dos quais 46,3% estavam inscritos há mais de 1 ano (desempregados de longa duração).
Na região Centro, o setor dos Serviços é o mais relevante em termos de emprego (66,8%) - com destaque para o Comércio e Reparação de Veículos (21,5%), as Atividades de saúde humana e apoio social (16,1%) e a Educação (16%). De facto, este setor foi o principal responsável pelo aumento do emprego nesta região, com a criação de mais 54 mil postos de trabalho no último ano, sobretudo por via do crescimento do emprego no Alojamento e restauração, na Administração pública e defesa e segurança social obrigatória e na Educação.
O Turismo cresceu novamente no início de 2022, mantendo o comportamente positivo dos trimestres anteriores, parecendo evidenciar alguma recuperação face ao período mais severo que resultou da crise pandémica do COVID-19. Contudo, esta evolução deve ser analisada com algum cuidado, já que o 1º trimestre de 2021 correspondeu a um período de recessão neste setor.
O setor das Indústrias Transformadoras (que representa agora 30% do emprego na região) também registou um crescimento do emprego no último ano, nomeadamente nas Indústrias Transformadoras (mais 24,3 mil postos de trabalho face ao 1º trimestre de 2021). Destacam-se, por exemplo, as indústrias da pasta de papel/embalagem, cerâmicas e vidro, ferragens, mobiliário metálico e torneiras; termo-domésticos, moldes e plásticos e lanifícios, que continuam a demosntrar alguma capacidade exportadora.
Existem 2 perfis distintos de competitividade e dinamismo industrial na região:
- o Interior: especializado em indústrias intensivas em mão-de-obra;
- o Litoral: indústrias de outros produtos minerais não metálicos e indústrias metalúrgicas de base, que se distinguem pela capacidade de diferenciação dos seus produtos.
A Agricultura, tradicional e de base familiar, tem vindo a perder importância na região, representando apenas 3,2% do emprego e continuando a registar quebras significativas, com menos 5,6 mil trabalhadores face ao ano anterior. O setor tem especial relevo nas regiões do interior, onde a fileira florestal assume particular importância, e no Oeste, onde os produtos hortícolas, frutícolas e vitivinícolas dominam (com ligação à indústria agro-alimentar).
A economia da região beneficia da presença de um conjunto significativo de estruturas de apoio e desenvolvimento tecnológico ligado às Universidades (por exemplo, nas áreas de cerâmica e vidro, moldes e ferramentas especiais, têxteis e vestuário, biomassa para produção de energia) e ainda as unidades ligadas à indústria farmacêutica, biomedicina, biotecnologia e saúde (sedeadas em Coimbra), à mecânica de precisão e à utilização das tecnologias de informação, etc.
A região Centro dispõe de 1/4 da área de fronteira nacional, contendo 1/5 do total da população fronteiriça – uma população envelhecida e isolada, ocupada maioritariamente em atividades agrícolas.
Links:
Título / nome | URL |
Instituto do Emprego e Formação Profissional: indicadores sobre o mercado de emprego | |
Instituto Nacional de Estatística | |
Boletim Trimestral da CCDR Centro | http://www.ccdrc.pt/index.php?option=com_ccnewsletter&view=newsletterar… |
Datacentro – informação para a região Centro | |
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro |
O Centro é uma das regiões do país que gera maior número de ofertas de emprego – disputando a liderança com a Área Metropolitana de Lisboa.
Existem oportunidades nas seguintes áreas:
- Cuidados pessoais (incluindo ajudantes familiares, auxiliares de saúde e auxiliares de cuidados de crianças);
- Saúde – todas os grupos profissionais;
- Distribuição, logística e transportes;
- Indústria farmacêutica, incluindo investigação;
- Construção civil: trabalhadores especializados;
- Operadores de máquinas;
- Trabalhadores agrícolas não qualificados (necessidades com caráter sazonal), sobretudo para a apanha de fruta, produtos hortícolas e cultura de árvores e arbustos;
Verificam-se ainda necessidades de profissionais com competências (linguísticas, de programação e outras competências técnicas) nos segmentos das Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica (TICE) e dos Centros de Contacto.
Estes postos de trabalho assumem particular expressão no interior da região, nomeadamente em Castelo Branco, Arganil, Guarda, Viseu, Covilhã e, mais recentemente, Fundão – sendo que, ao nível das TICE, as empresas se concentram mais na faixa litoral (Aveiro – Coimbra – Leiria).
O conhecimento do português é muito importante, sendo o inglês a língua de trabalho alternativa utilizada, sobretudo nas TICE e nos Centros de Contacto.
Existem profissionais disponíveis nas seguintes áreas:
- Trabalhadores não qualificados da indústria extrativa, construção, indústria transformadora e transportes;
- Vendedores;
- Perfis administrativos: secretariado e empregados de escritório técnicos das áreas financeira e de negócios.
Estes profissionais possuem competências linguísticas limitadas e provêm fundamentalmente das seguintes atividades económicas:
- indústria transformadora e logística;
- atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio;
- comércio por grosso e retalho;
- administração pública, educação, atividades de saúde e apoio social.
Existem também trabalhadores recém-graduados com potencial de mobilidade para a Europa, com qualificações nas áreas de:
- engenharias, matemáticas e ciências físicas;
- ciências sociais e humanas (nomeadamente, psicólogos e assistentes sociais/técnicos de serviço social).
Este grupo dispõe de competências linguísticas, pelo menos em inglês e/ou francês (verificando-se um aumento dos que adquirem conhecimentos de alemão e espanhol), e encontra-se mais concentrado nas capitais de distrito e no litoral.
O total da população da Área Metropolitana de Lisboa era de 2.380,7 milhares de pessoas (segundo o Inquérito ao Emprego do INE para o 1º trimestre de 2022).
Esta é, de longe, a região com maior densidade populacional do país , que concentra 27% da população em apenas 3,3% do território nacional, e que se assume como o motor do desenvolvimento nacional, detendo 36% das empresas do país e 41% do pessoal ao serviço nas empresas, enquanto oferece uma diversidade de paisagens, de atividades e de culturas que fazem dela uma região dinâmica e de grande atratividade.
Com uma taxa de desemprego de 6,8% (acima da média nacional, de 5,9%), esta região registou no último ano um crescimento continuado do emprego, com mais 46 mil postos de trabalho criados. Para este crescimento contribuíram, de forma decisiva, os ganhos líquidos nas Atividades de informação e de comunicação (mais 32,6 mil empegos), na Construção (mais 14,7 mil empregos) e no Alojamento e Restauração (mais 10,6 mil empregos),.
No final de maio de 2022, estavam inscritos nos Serviços de Emprego da região 101.061 desempregados, dos quais 46,4% inscritos há mais de 1 ano (desempregados de longa duração).
Em termos de formas de organização do trabalho, esta é a região do país com maiores índices de estabilidade contratual (os contratos sem termo representam uma grande percentagem da população empregada) e com menor representatividade dos trabalhadores por conta própria.
Foi também a região que (provavelmente, fruto da elevada concentração de serviços qualificados) mais rapidamente aderiu às modalidades de trabalho remoto (total ou parcial), introduzidas durante a pandemia: neste trimestre o fenómeno mantém-se, com 21,1% da população empregada em teletrabalho nesta região, por contraponto aos 10,8% da média nacional.
Esta região caracteriza-se, ainda, por movimentos pendulares muito significativos de milhares de pessoas, por motivos de trabalho, em que o principal (não o único) foco de atração é o concelho de Lisboa.
Uma análise setorial da mão-de-obra empregada dá uma ideia clara do perfil da região: a Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca têm um peso residual; a Indústria, construção, energia e água representam 15,5%; e os Serviços representam 84% do emprego da região.
Esta é, com efeito, a região do país com maior concentração de serviços, com destaque para os serviços proporcionados na sua maioria pelo Setor Público, que representam 27,8% do emprego – Administração pública, defesa e segurança social; Educação; Atividades de saúde humana e apoio social. Os Serviços Centrais da maior parte dos organismos do Estado concentram-se em Lisboa. A região possui igualmente a maior concentração de estabelecimentos de ensino superior, público e privado (cerca de 1/3 do total nacional), e um grande número de instituições de Investigação & Desenvolvimento.
Destacam-se ainda, pelos níveis de emprego e pela relevância económica:
- a banca e outras instituições financeiras;
- os serviços para empresas, incluindo serviços de consultadoria, contabilidade, assistência informática, publicidade;
- empresas que gerem as infra-estruturas nacionais nos setores energético (eletricidade, gás e outros combustíveis), de telecomunicações (fixas, móveis e redes de dados) e audiovisuais (principais estações de televisão e rádios nacionais, bem como imprensa escrita), dos transportes aéreos, terrestres e marítimos e serviços de logística associados;
- o comércio, turismo, hotelaria e restauração, que representam perto de 20% do emprego na região;
- as atividades de turismo especializadas na prestação de serviços para o segmento empresarial e associativo – congressos e eventos – e para o segmento da cultura e do desporto (;
- os serviços privados de saúde;
- algumas indústrias transformadoras de relevo (com destaque para a indústria automóvel na Península de Setúbal), com forte pendor exportador.
Links:
Título / nome | URL |
Instituto do Emprego e Formação Profissional: indicadores sobre o mercado de emprego | |
Instituto Nacional de Estatística | |
Sistema de Informação da região de Lisboa e Vale do Tejo | http://www.ccdr-lvt.pt/pt/sistema-de-informacao-estatistica/1842.htm |
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo |
Existem oportunidades disponíveis nas seguintes áreas:
- Metalomecânica: em especial serralheiros mecânicos, serralheiros civis e soldadores;
- Eletromecânica: sobretudo eletromecânicos industriais;
- Construção Civil: principalmente carpinteiros, canalizadores, eletricistas, pedreiros/ladrilhadores e pintores;
- Tecnologias de Informação: desenhadores de sistemas de computadores, especialistas em redes, analistas e programadores de “software” e aplicações, programadores “web” e multimédia, de entre outros;
- Saúde: médicos e enfermeiros;
- Reparação Automóvel: mecânicos e reparadores de veículos automóveis;
- Serviços pessoais: ajudantes familiares;
- Representantes comerciais;
- Centros de Contacto e Centros de Serviços Partilhados: colaboradores mais ou menos especializados e/ou com conhecimentos de línguas estrangeiras específicas;
- Transportes: motoristas de veículos pesados de mercadorias e de transporte de passageiros.
O conhecimento do português é indispensável na generalidade das profissões. O inglês é a segunda língua mais procurada, como língua de trabalho. Contudo, conhecimentos de francês, espanhol, italiano e/ou alemão poderão ser uma vantagem, sobretudo para a área de Hotelaria e Restauração.
Em áreas específicas como os Centros de Contacto, são frequentemente procurados conhecimentos de algumas línguas específicas ao nível C2 / nativo – a par do inglês, como língua franca de comunicação entre as várias nacionalidades. Também no segmento das Tecnologias de Informação, existem oportunidades para não falantes do português (desde que dominando o inglês).
Nestes segmentos, a opção pelo teletrabalho, em rotatividade com trabalho presencial, é a regra atual e parece ser a tendência futura. Contudo, de momento, esta é apenas aplicada a nacionais e residentes legais em Portugal (com Número de Identificação Fiscal português, que permita a celebração de contratos de trabalho).
Existem profissionais disponíveis nas seguintes áreas:
- graduados em ciências sociais, humanas e empresariais (psicólogos, sociólogos, historiadores, gestores, economistas, marketeers, profissionais de comunicação, etc) – sobretudo, jovens recém-graduados;
- professores do ensino básico (2º e 3º ciclos) e secundário (em diversas áreas disciplinares);
- técnicos administrativos;
- técnicos de vendas;
- trabalhadores não qualificados de algumas indústrias transformadoras;
- trabalhadores indiferenciados (nomeadamente jovens, com escolaridade básica ou secundária);
- pessoal de limpeza;
- condutores de veículos ligeiros;
- assistentes de loja.
Os graduados ou profissionais mais qualificados dispõem, em geral, de competências linguísticas, pelo menos em inglês e/ou francês e/ou espanhol. Os profissionais menos qualificados possuem normalmente baixos níveis de escolaridade e de conhecimentos linguísticos.
No 1º trimestre de 2022, a população total do Alentejo era de 603,4 milhares de pessoas (segundo o Inquérito ao Emprego do INE, 1º trimestre 2022). Esta é a região com a densidade populacional mais baixa do país (com apenas 22,3 habitantes / km2), representando mais de 1/3 do território nacional e apenas 6,9% da população portuguesa.
É atualmente um território descongestionado, preservado e seguro, rico em património e cultura e com um potencial competitivo, diferenciador e sustentável.
O Alentejo não constitui, no entanto, uma única região: é possível distinguir pelo menos 4 regiões (Norte Alentejo, Alentejo Central, Baixo Alentejo e Alentejo Litoral), com algumas especificidades, mas também com características sócio-económicas comuns.
Embora seja a região com a taxa de atividade mais baixa do país (59,6%, face à média nacional de 59,9%), apresenta também a taxa de desemprego mais baixa na atualidade: apenas 5,1%.
Atendendo ao seu descongestionamento e à reduzida dimensão da sua população ativa, foi também das regiões menos impactadas pela pandemia ao nível do emprego registando um crescimento de mais de 27.000 postos de trabalho em relação ao 1º trimestre de 2021.
No final de maio de 2022, estavam inscritos nos serviços de emprego da região 12.811 desempregados, dos quais 5.860 (45,7%) se encontravam inscritos há mais de um ano (desempregados de longa duração) e quase 13% com idade inferior a 25 anos.
A base produtiva local é constituída por produtos de reconhecida excelência mundial: cortiça, rochas ornamentais, vinhos, azeite e primores. A maior parte do território da região é dedicada à Agricultura (aliada, em regra, à criação de gado). Esta regista cada vez maior especialização e mecanização, facilitada pela maior dimensão das explorações agrícolas na região (com uma dimensão média de mais de 60 hectares). Predominam os cereais, as vinhas e o olival, as árvores de fruto, bovinos (“carne alentejana”) e suínos (“porco preto”) e, no Alentejo Litoral, grandes extensões de culturas de frutos como morangos, framboesas ou amoras. Também a silvicultura (e, em particular, o sobreiro e a extração de cortiça) é uma atividade de particular relevância económica para o Alentejo: 46% da produção mundial de cortiça é portuguesa e o setor emprega 8.310 pessoas.
A par destes setores tradicionais estratégicos, das tendências mais recentes de ocupação de mão-de-obra destacam-se o turismo, as atividades aeronáuticas e a energia.
O setor secundário apresenta algum dinamismo, representando 20,8% da população empregada,66% dos quais nas indústrias transformadoras e 22% na construção civil. Existe um certo nível de especialização industrial, associado aos ramos agro-alimentares (fabrico de queijo, vinhos e fumeiros, com certificação DOP), de produtos químicos e derivados do petróleo (estes últimos associados ao complexo industrial de Sines), componentes para automóveis e aviões e componentes eletrónicos.
O desenvolvimento das infra-estruturas de acessibilidade constituiu um fator importante para a atração de investimentos internacionais para esta região.
O setor dos Serviços (que representa perto de 72% do emprego) foi um dos mais impactados pela pandemia COVID-19, mas j regista já um cresimento no número de postos de trabalho ao longo do último ano (mais 28,5 mil) – com particular destaque para os segmentos da Educação (mais 8,3 mil), das Atividades de saúde humana e apoio social (mais 7,8 mil) e do Comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e de motociclos (mais 7,1 mil).
Os movimentos transfronteiriços com as regiões da Extremadura e Andaluzia espanholas não são muito significativos, exceção feita para os concelhos de Serpa, Campo Maior e Elvas. Estes movimentos são maioritariamente constituídos por trabalhadores agrícolas.
Links:
Título / nome | URL |
Instituto do Emprego e Formação Profissional: indicadores sobre o mercado de emprego | |
Instituto Nacional de Estatística | |
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo | |
CCDR Alentejo – monitorização regional | https://www.ccdr-a.gov.pt/index.php/dr/monitorizacao-regional |
Existe necessidade de pessoal qualificado nas seguintes profissões:
- engenheiros agrónomos
- engenheiros agroalimentares
- programadores informáticos
- reparadores e operadores de máquinas agrícolas
- trabalhadores agrícolas para a apanha de fruta (sazonal, entre março e outubro)
- técnicos de manutenção da área da eletromecânica e eletricidade
- cozinheiros de 1ª
- preparadores e conservadores de peixe
- cortadores de carnes
- trabalhadores da construção civil
Existem profissionais disponíveis nas seguintes áreas:
- trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio;
- empregados de escritório;
- pessoal dos serviços de proteção e segurança;
- ajudantes familiares.
Estes trabalhadores não possuem, em geral, competências linguísticas – ou, quando as têm, estas são muito limitadas.
Destaque ainda para a dificuldade de colocação na região (embora com tendência decrescente), das classes:
- dos profissionais de ensino (educadores de infância, professores do ensino básico dos 2º e 3º ciclos e secundário);
- dos profissionais altamente qualificados da área das ciências sociais (técnicos de serviço social e psicólogos) e da educação.
Estes profissionais possuem, em geral, competências linguísticas, pelo menos, ao nível do inglês e/ou do francês – e, em alguns casos, do espanhol.
O total da população na região do Algarve era de 365,6 milhares de pessoas e a população empregada rondava os 205,6 milhares, o que correspondeu a um crescimento de 13,3 mil postos de trabalho em relação ao período homólogo (segundo o Inquérito ao Emprego do INE para o 1º trimestre de 2022).
A taxa de desemprego foide 7%, a mais alta do Continente – refletindo ainda o forte impacto sofrido pela região, em particular no setor do Turismo, Hotelaria e Restauração, como reflexo da crise pandémica e das consequentes medidas de confinamento, de restrições à circulação e às viagens e de preservação da saúde pública aplicadas em toda a Europa e no mundo (no 1º trimestre de 2021 tinha sido 10,2%).
É de sublinhar as características habitualmente sazonais do desemprego nesta região. A pressão originada por centenas de milhares de turistas que anualmente visitam o algarve, sobretudo entre junho e setembro, desencadeia por regra uma aceleração na atividade turística e hoteleira, que se traduz num crescimento das necessidades de recrutamento no comércio e serviços, contribuindo para a recuperação do emprego durante este período – sendo seguido por uma diminuição abrupta no trimestre seguinte.
No final de maio de 2022, estavam inscritos nos Serviços de Emprego da região 12.032 desempregados, dos quais 47,7% estavam em desemprego de longa duração mas apenas 8,9% tinham menos de 25 anos (o que corresponde ao peso relativo mais baixo de jovens desempregados inscritos do país).
- Relativamente à evolução da população empregada por setores de atividade, e comparativamente com o 1º trimestre de 2021, evidencia-se o aumento do emprego no Comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e de motociclo, que foi responsável pela criação de mais 8,3 mil postos de trabalho (de um total de mais 13,3 mil empregos criados nesta região). .
A realidade do emprego no Algarve é ainda de fraca intensidade em conhecimento, forte concentração em serviços pessoais e um peso ainda muito significativo do trabalho (e desemprego) não qualificado.
A estrutura empresarial é constituída (à exceção do setor da Hotelaria) quase exclusivamente por pequenas e microempresas, com recursos humanos não muito qualificados.
Todavia, esta região tem vindo a revelar uma melhoria no nível de educação da sua população ativa, tendo o peso relativo da população com ensino superior melhorado face às outras regiões. A Universidade do Algarve é um pólo crítico de desenvolvimento cultural, científico e tecnológico, com forte ligação ao tecido empresarial. Uma Universidade dinâmica, que responde às estratégias de desenvolvimento da região, através da promoção de áreas de ensino e de investigação para as fileiras produtivas de maior relevo no Algarve.
A estrutura económica do Algarve assenta em 6 setores estratégicos associados aos recursos naturais da região: hotelaria, restauração e turismo, saúde, TIC, atividades criativas, agroalimentares e atividades marítimas.
Grande parte das empresas dedica-se ao comércio, às atividades de “rent a car” e também ao alojamento e restauração (que representam no seu conjunto quase 40% do emprego da região), o que reforça o peso significativo da atividade turística como elemento polarizador do desenvolvimento endógeno do Algarve.
Os movimentos transfronteiriços na área de fronteira com Espanha (com a região da Andaluzia) são ainda pouco significativos, sobretudo atendendo à semelhança da estrutura económica das duas regiões. Maioritariamente, os trabalhadores fronteiriços portugueses que trabalham na Andaluzia fazem-no nos setores de Hotelaria e Restauração, Conservas de Peixe e Agricultura.
Links:
Título / nome | URL |
Instituto do Emprego e Formação Profissional: indicadores sobre o mercado de emprego | |
Instituto Nacional de Estatística | |
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve | |
Observatório das Dinâmicas Regionais do Algarve | https://www.ccdr-alg.pt/site/info/observatorio-das-dinamicas-regionais |
Os empregadores da região sentem dificuldades em recrutar:
- no setor da Saúde, médicos, enfermeiros e assistentes hospitalares ou equivalentes;
- trabalhadores agrícolas especializados na apanha de fruta, nomeadamente de frutos vermelhos (framboesas) em épocas específicas do ano, sobretudo de fevereiro a junho;
- nas profissões associadas às TIC e nas áreas da engenharia eletrónica;
- profissionais nas áreas da hotelaria, restauração e turismo.
O conhecimento do português é indispensável para a generalidade dos postos de trabalho. O conhecimento do inglês, do francês, do espanhol e/ou do alemão poderá constituir uma vantagem na área da Hotelaria e Restauração e para as profissões que requerem contacto com o público.
Existem excedentes de trabalhadores nas seguintes áreas profissionais:
- empregados de escritório e outros trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio;
- trabalhadores de limpeza;
- condutores de veículos ligeiros;
Atendendo ao forte caráter sazonal das atividades turísticas na região, existem em geral trabalhadores disponíveis no setor do Turismo, Hotelaria e Restauração no período de outubro a abril.
Existem igualmente trabalhadores indiferenciados que, embora sem experiência profissional significativa, estão disponíveis para trabalhar em fábricas (produção em série, linhas de montagem).
Em termos de atividades económicas, os trabalhadores desempregados provêm essencialmente da Hotelaria e Restauração (de novembro a março), Comércio e outras Atividades de Serviços; Atividades de Imobiliária, Administrativas e dos Serviços de Apoio.
Uma parte considerável destes trabalhadores possui algumas competências linguísticas, sobretudo de inglês, por vezes limitadas e adquiridas informalmente (sobretudo, ao nível da oralidade).
De acordo com o Inquérito ao Emprego para o 1º trimestre de 2022, o total da população na Região Autónoma dos Açores situa-se nos 203,2 milhares de pessoass. Os Açores continuam a ser a região mais jovem do país: 41% da população residente tem menos de 35 anos (a média nacional é de 34,7%).
A população ativa é ainda a que regista menor percentagem de graduados do país (22,8% - sendo a média nacional de 34,3%), mantendo uma estrutura de qualificações relativamente baixa.
A taxa de desemprego situou-se nos 6,6%, tendo descido 1,6 pontos percentuais face ao trimestre anterior. Com efeito, o desemprego nos Açores em vindo a registar uma redução muito significativa do desemprego nos últimos anos, se atendermos à taxa de 18,5% registada no 1º trimestre de 2014.
No final de maio de 2022 (dados do IEFP), estavam inscritos nas Agências para a Qualificação e Emprego da região 6.033 desempregados, 37,2% dos quais jovens com idade inferior a 35 anos – evidenciando que a experiência profissional continua a ser um fator crítico para as empresas no momento da contratação. O desemprego de longa duração (inscritos há mais de um ano) representava 37,3% do total de desempregados.
A economia da região assenta fundamentalmente no setor terciário que representa cerca de 75% do emprego. Neste setor, adquirem particular relevo as atividades maioritariamente do Setor Público (Administração Pública, Segurança Social, Educação, Saúde e atividades de Apoio Social), que representam 43% do emprego total da região. As atividades de Comércio e Reparação de Veículos (17,3% da população empregada) e o Alojamento e Restauração (11%) são igualmente bastante importantes no emprego na região, alavancadas pelas atividades turísticas que têm crescido de forma sustentada nos últimos anos, nomeadamente as relacionadas com o turismo em espaço rural, de natureza e de aventura..
No setor secundário (16,5% do emprego total), as Indústrias Transformadoras (que representam 7,4% do total do emprego) assumem algum relevo, sobretudo ao nível da indústria agroalimentar - coexistindo atividades viradas para a exportação, como a produção de chá e de laticínios (com destaque para os iogurtes, queijos e manteiga), com outras, sobretudo orientadas para o mercado regional, como o tabaco e o vinho. Também a Construção Civil tem algum peso (6,5%) no emprego da região.
Finalmente, o setor primário, que tem um peso de 8,3% no emprego, constituído essencialmente pelas atividades agrícola e de produção animal, possui ainda uma importância significativa na economia da região.
Evidenciam-se nesta área as produções de ananás, de banana e do chá, de carne bovina (região demarcada dos Açores) e produtos derivados, dirigidas sobretudo ao consumo local e do Continente português.
Links:
Título / nome | URL |
Instituto do Emprego e Formação Profissional: indicadores sobre o mercado de emprego | |
Instituto Nacional de Estatística | |
Governo Regional dos Açores | |
Serviço Regional de Estatística dos Açores – publicações sobre o mercado de trabalho | https://srea.azores.gov.pt/Conteudos/Relatorios/lista_relatorios.aspx?i… |
Registam-se necessidades de trabalhadores nos seguintes setores de atividade:
- Construção Civil (trabalhadores qualificados como carpinteiros, canalizadores, eletricistas, pedreiros, serralheiros)
- Centros de Contacto / Serviços de Apoio ao Cliente
- Alojamento e restauração (limitada na época de verão 2020)
- Comércio
O conhecimento do português é indispensável em todas as profissões. O conhecimento do inglês, do francês ou de outras línguas, como o alemão, pode ser uma vantagem para as áreas do Turismo (de Natureza e “Outdoor”), Hotelaria e Restauração – e, mais recentemente, a área dos Serviços de Apoio ao Cliente (Centros de Contacto), onde é exigido sobretudo o domínio do inglês.
O desemprego é mais significativo nas seguintes atividades
- Administração Pública, Educação, Saúde e Apoio Social
- Construção Civil
- Comércio
- Atividades Imobiliárias, Administrativas e dos Serviços de Apoio
e nas seguintes áreas profissionais:
- trabalhadores de limpeza
- vendedores
- trabalhadores dos resíduos e de outros serviços elementares
- trabalhadores não qualificados da indústria extrativa, construção, indústria transformadora e transportes
- empregados de escritório, secretários e operadores de processamento de dados
Os profissionais mais qualificados possuem, em geral, competências linguísticas, pelo menos em inglês. Os menos qualificados possuem fracas competências linguísticas.
O total da população da Região Autónoma da Madeira era de 219 milhares de pessoas (segundo o Inquérito ao Emprego do INE para o 1º trimestre de 2022). 37% da população residente tinha menos de 35 anos (acima da média nacional de 34,7%) e 25,7% da população ativas detém o Ensino Superior.
A taxa de desemprego situou-se, no 1º trimestre de 2022, nos 7,5%, a mais alta do país, depois de ter atingido os 11,2% no 4º trimestre de 2020.
No final de maio 2022, estavam inscritos no Centro Regional de Emprego 11.869 desempregados, 27,2%% dos quais com menos de 35 anos de idade. O desemprego de longa duração é o mais elevado do país: 60% dos desempregados estava inscrito há mais de 1 ano (média nacional: 49%).
Importa referir, contudo, que a região regista a segunda maior taxa de atividade do país (60,2% no 1º trimestre de 2022) e que o emprego, que tinha vindo a registar uma recuperação sustentada desde 2014, sofreu algumas quebras durante a crise pandémica da quais tem vindo a recuperar, com a criação de mais 4,7 mil postos de trabalho num espaço de 1 ano.
A economia da região assenta fundamentalmente no setor terciário, que representa 83,4% do emprego total. Neste setor, adquirem particular relevo os serviços da Administração Pública, Segurança Social, Educação, Saúde e serviços de Apoio Social, que representam 39,3% dos postos de trabalho existentes na região – seguidos do Alojamento e Restauração (13,8%) e do Comércio e Reparação de Automóveis (13,5%). O turismo constitui, com efeito, o principal impulsionador e a maior fonte de receitas da economia regional.
Cerca de ¾ da população do arquipélago concentra-se na costa sul e, em particular, na cidade do Funchal, capital da região. É nesta zona que se desenvolve grande parte da atividade económica e se localiza a maior parte dos estabelecimentos hoteleiros.
O setor secundário representa 12,7% da população empregada da região. A Construção Civil assume ainda um papel de relevo (7,7%).
Nas Indústrias Transformadoras, com um peso relativo pouco expressivo (apenas 3,6% do emprego), coexistem atividades de caráter artesanal e viradas para a exportação, como os bordados, as tapeçarias e artigos de vime, com outras, sobretudo orientadas para o mercado regional, como as moagens e produtos de panificação e pastelaria, os lacticínios, a cerveja, o tabaco e o vinho.
Finalmente, no setor primário que tem vindo a perder a sua importância relativa e que representa, no trimestre em análise, 3,9% do emprego, adquire importância quase exclusiva a atividade agrícola na qual se evidenciam as produções da banana e do internacionalmente conhecido vinho da Madeira (um vinho licoroso).
Links:
Título / nome | URL |
Instituto do Emprego e Formação Profissional: indicadores sobre o mercado de emprego | |
Instituto Nacional de Estatística | |
Governo Regional da Madeira | |
Instituto de Emprego da Madeira | |
Estatísticas do Instituto de Emprego da Madeira | |
Direção Regional de Estatística da Madeira – Inquérito ao Emprego | https://estatistica.madeira.gov.pt/download-now/social/merctrab-pt/merc… |
Os empregadores da região sentem dificuldades em recrutar:
- profissionais com qualificações superiores, nas áreas de:
- gestão comercial, marketing e vendas;
- saúde (enfermagem, fisioterapia, farmácia, veterinária);
- engenharias (informática, eletrotécnica, do ambiente);
- contabilidade (contabilistas certificados);
- trabalhadores com cursos de ensino profissional / intermédio, nas áreas de:
- construção civil (desenhadores, soldadores, carpinteiros, estofadores, armadores de ferro, operadores de máquinas retroescavadoras);
- pastelaria;
- comerciais e agentes imobiliários;
- cabeleireiros;
- mecânicos auto;
- técnicos de farmácia;
- técnicos de frio;
- técnicos de higiene, saúde e segurança no trabalho e ambiente;
- trabalhadores sem qualificações específicas, com destaque para as profissões associadas à construção civil: profissionais com experiência (serralheiros civis, pedreiros, ladrilhadores, estucadores e vidreiros).
O conhecimento do português é indispensável para a generalidade dos postos de trabalho. O conhecimento do inglês, do francês, do espanhol e/ou do alemão pode constituir uma vantagem para a área da Hotelaria e Restauração, sobretudo para as profissões que requerem contacto com o público.
Existem trabalhadores desempregados e disponíveis nas seguintes áreas profissionais:
- Restauração: cozinheiros, empregados de mesa e bar, assistentes na preparação de refeições;
- Comércio: empregados de balcão, vendedores e comerciantes em geral;
- área Administrativa: empregados de escritório, secretário/as e operadores de processamento de dados;
- Serviços Pessoais: cabeleireiros e esteticistas;
- Trabalhadores dos Serviços de Limpeza e do tratamento de Resíduos, incluindo empregados de limpeza ao domicílio, cantoneiros, contínuos, distribuidores de mercadorias e outros trabalhadores polivalentes;
- Trabalhadores indiferenciados da indústria extrativa e transformadora, construção e transportes.
Estes profissionais possuem, em geral, algumas competências linguísticas, sobretudo o inglês. Em relação ao francês e ao alemão, quando possuem, são limitadas.